5o Passo
Quinto Passo
Para entender o Quinto Passo
Imagine uma casa que ficou fechada por vários anos. Um lençol de poeira cobre tudo. Sobejam sinais de decadência: teias de areia em cordões, como decoração de festa. Odores abafados e mofados de bolor. Bugigancas irreconhecíveis no consolo da lareira empoeirado. Quadros esquecidos e desbotados em parcelas manchadas. Sentimentos lúgubres que pairam como fantasmas de anos passados. Mal podemos esperar para abrir todas as portas e todas as janelas, ventilar os cômodos fechados. Acendemos todas as luzes e expomos todos os cantos escuros e empoeirados. Vemos a luz do dia espantar os demônios da escuridão e da sombra.
Nossas vidas são como casas fechadas. Todos os nossos segredos infames, comportamentos embaraçosos e esperanças perdidas estão escondidos. O ar de nossa vida é mofado porque temos medo de abrir portas e janelas aos outros com medo de sermos descobertos, rejeitados ou humilhados. O Quinto Passo é nossa saída. Quando admitimos a natureza de nossas falhas a Deus, a nós mesmos e a outro ser humano, abrirmos as portas e janelas de nossas vidas.Mostramos nosso verdadeiro eu.
Para pôr em prática o Quinto Passo
Pomos em prática o Quinto Passo, admitindo piedosamente nosso inventário do Quarto Passo a Deus; sendo honestos e sinceros com nós mesmos e relacionando nosso inventário; partilhando nosso inventário com alguém em quem confiamos alguém que compreenda que nos incentive e não nos conhece.
Preparação para o Quinto Passo
Nós nos preparamos para o Quinto Passo programando um tempo imperturbável com Deus e com nós mesmos; piedosamente buscando outra pessoa com quem partilhar; e pedindo a ajuda divina para completar este passo. Ás vezes, nossa tendência é aparar as arestas e atenuar a verdade de nosso inventário. Deus pode nos dar a coragem de ser brutalmente sinceros a nosso respeito.
Oração para o Quinto Passo
Querido e Amado Deus, meu inventário mostrou-me quem sou, contudo peço tua ajuda para admitir minhas falhas a outra pessoa e a ti. Infunde confiança em mim fica comigo neste passo, pois sem ele não posso prosseguir em minha recuperação. Com tua ajuda, posso fazê-lo e o farei.
1ª Meditação do 5º. Passo
Vencendo a Negação - Gênesis 38.1-30
Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano a natureza exata de nossas falhas.
Admitir os erros pode ser para nós à parte mais difícil do Passo Cinco. A negação pode cegar! Como pode se esperar que admitamos as coisas que não enxergamos? Aqui vai uma dica que pode nos ajudar. Muitas vezes, condenamos-nos outros os erros que estão profundamente escondidos dentro de nós próprios.
De acordo com a antiga lei israelita, a viúva devia casar-se com o irmão vivo do seu marido a fim de gerar filhos (esse costume é descrito detalhadamente em Deuteronômio 25.5-1-). Tamar foi casada sucessivamente com dois irmãos que morreram, sem que lhe dessem filhos. Judá, seu sobro, prometeu lhe dar também Selá, o filho mais novo, mas nunca fez isso. Em conseqüência, Tamar ficou sozinha e desamparada. No esforço de proteger-se, ela disfarçou-se de prostituta e ficou grávida do próprio Judá. Ela guardou o sinal de identificação que Judá lhe tinha dada como garantia de pagamento (Gênesis 38.1-23).
Quando Judá ouviu que Tamar estava grávida sem estar casada, ele exigiu a execução dela. “Quando a estavam tirando da sua casa, ela mandou dizer ao seu sogro: ‘Quem me engravidou foi o dono destas coisas. Examine e veja de quem são o sinete com o cordão e o bastão. ’Judá reconheceu as coisas e disse: ‘Ela tem mais razão do que eu.’” (Gênesis 38.25-26)
Não é fácil ser honesto consigo. “Não há nada que engane tanto como” o coração humano. “Ele está doente demais para ser curado” (Jeremias 17.9). Porém nós podemos olhar para as coisas condenamos nos outros como uma dica do que está escondido em nós.
2ª Meditação do 5º. Passo
Infinito Amor - Oséias 11:8-11
Podemos estar dolorosamente conscientes da profunda vergonha, do problema e dor que causamos para nossa família quando éramos controlados pela nossa dependência. Podemos ter medo de admitir a natureza exata de nossos defeitos porque não entendemos como Deus podia amar alguém que é tão mau.
Oséias foi um profeta para a nação rebelde de Israel. Deus usou a vida de Oséias para demonstrar seu amor incondicional por nós, o seu povo. O Senhor disse a Oséias para se casar com uma prostituta. Oséias casou-se com ela, amou-a e se dedicou a ela. Mas, mais tarde, sua esposa se voltou a seu modo de vida passado, quebrou o coração de Oséias e levou vergonha para sua família. Ela caiu na escravidão. Deus, então, deixou Oséias perplexo dizendo a ele: “Vá e ame uma adúltera, uma mulher que tem um amante. Ame-a assim como eu amor o povo de Israel, embora eles adorem outros deuses e lhes ofereçam bolos de passa” (Oséias 3.1).
Podemos estar perguntando: Como poderia Deus (ou qualquer um) ainda assim me amar? Mas Deus responde: “Israel, como poderia eu abandoná-lo? Como poderia desampará-lo?... Não posso fazer isso, pois o meu coração está comovido, e tenho muita compaixão de você... Pois eu sou Deus e não um ser humano; eu, o Santo Deus, estou no meio do meu povo e não o destruirei novamente” (Oséias 11.8-9). Não existe nada que possamos fazer ou confessar para Deus que o levaria a deixar de nos amar (veja Romanos 8.38-39).
3ª Meditação do 5º. Passo
A Linha de Prumo Divina – Amós 7.7-8
Os tipos de instrumentos que usamos para medir nossa vida normalmente irão determinar os tipos de problemas que encobrimos. Se usarmos as orientações falsas, não poderemos fazer uma avaliação precisa. Podemos nos perguntar por que não estamos progredindo no programa de recuperação. Pode ser que precisemos olhar mais profundamente nos aparelhos de medida que estamos usando para encobrir nossas áreas de problema.
O profeta Amós lembrou-se desta visão: “O Senhor me mostrou numa visão isto também: ele estava perto de um muro construído direito, a prumo, e tinha um prumo na mão. Ele me perguntou: - Amós, o que é que você está vendo? – Um prumo! – respondi. Então ele me disse: - Eu vou mostrar que o meu povo não anda direito: é como um muro torto, construído fora de prumo. E nunca mais vou perdoar o meu povo.”(Amós 7.7-8)
Um prumo é um pedaço de corda que possui um peso amarrado em um extremo. Quando a corda é segurada com o extremo do peso para baixo, a gravidade assegura que a corda está perfeitamente na vertical. Quando segurado ao lado de uma construção, o prumo promove uma medição certa para ver se a estrutura está alinhada em relação ao universo físico. Uma construção alinhada com o prumo ficará firme e funcionando bem. Se as paredes da construção estão fora da linha, não estão ajustadas e poderão, a qualquer momento, cair.
O mesmo é verdadeiro no contexto espiritual. A Palavra de Deus é nosso prumo espiritual. Assim como não podemos discutir acerca da lei da gravidade, não podemos mudar as leis espirituais reveladas na Bíblia. Deveríamos medir nossa vida pelo prumo da Palavra de Deus. Quando as coisas não estão aprumadas, é importante admitirmos que há um problema e começas a nos reconstruir de modo devido.
4ª Meditação do 5º. Passo
Sentimentos de Vergonha - João 8.3-11
A vergonha tem mantido muitos de nós escondidos. A idéia de admitir os nossos pecados e nos revelar a outro ser humano provoca sentimentos de vergonha e de temor de ser expostos publicamente.
“Ai alguns mestres da Lei e fariseus levaram a Jesus uma mulher que tinha sido apanhada em adultério e a obrigaram a ficar de pé no meio de todos. Eles disseram: ‘Mestre... de acordo com a lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlteras devem ser mortas a pedradas. Mas o senhor, o que é que diz sobre isso? ’... Jesus endireitou o corpo e disse a eles: ‘Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!.
Depois se abaixou outra vez e continuou a escrever no chão. Quando ouviram isso, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, e ela continuou ali, de pé.” (João 8.3-9)
Muitos crêem que o que Jesus estava escrevendo na terra foi o que fez com que os acusadores se fossem. Talvez estivessem fazendo uma lista os pecados secretos dos líderes judeus. Se isso for verdade, temos uma preciosa ilustração do tipo de pessoa que Jesus é: uma pessoa a quem podemos revelar os nossos segredos com toda confiança. O nosso confessor tem que ser uma pessoa que não se surpreenda pelo pecado nem que esteja esperando para nos condenar. Tal pessoa necessita tomar nota em particular dos nossos erros, escrevê-los na terra e não gravá-los em pedra e exibi-los em pública. Como a vergonha pode disparar a conduta aditiva, necessitamos escolher com cuidado a pessoa na qual vamos confiar.
5ª Meditação do 5º. Passo
Recebendo Perdão – Atos 26.12-18
Enquanto trabalhamos no nosso programa de recuperação, passamos pelo processo de aceitar a verdade sobre a nossa vida e sobre as conseqüências das nossas decisões. Talvez sintamos que temos de merecer o perdão em vez de somente recebê-lo. Talvez pensemos que é mais fácil perdoar os que nos machucaram do que perdoar a nós mesmos pelo dano que causamos. Quando Jesus confrontou o apóstolo Paulo, deu a ele a seguinte missão. “Mas levante-se e fique de pé. Eu apareci a você para escolhê-lo como meu servo, a fim de que você conte aos outros o que viu hoje e anuncie o que lhe vou mostrar depois. Vou livrar você dos judeus e também dos não-judeus, a quem vou enviá-lo. Você vai abrir os olhos deles a fim de que eles saiam da escuridão para a luz e do poder de Satanás para Deus. Então, por meio da fé em mim, eles serão perdoados dos seus pecados e passarão a ser parte do povo escolhido de Deus.”(Atos 26.16-19)
O propósito de Deus ao nos enviar a sua Palavra é que possamos receber o seu perdão. O processo inclui que primeiro abramos os olhos perante a nossa verdadeira condição (o que ocorre nos Passos 1,2 e 4). Isso nos dá a oportunidade para nos arrepender e mudar a nossa mente, de maneira que estejamos de acordo com Deus e prontos para confessar os nossos pecados. Deus quer que recebamos perdão imediato, baseado na obra consumada por Jesus Cristo. Não somos cidadãos de segunda categoria no Reino de Deus. Não temos de passar pelo restante dos Doze Passos como se isso fosse uma forma de penitência. O perdão nos espera neste exato momento; basta apenas recebê-lo.
6ª Meditação do 5º. Passo
Liberdade Através da Confissão – Romanos 2.12-15
Todos lutamos com a nossa consciência, tentando fazer as pazes dentro do nosso coração. Podemos negar o que fizemos buscar desculpas ou tentar lançar fora todo o peso da nossa conduta. Podemos nos esforçar para ser “bons”, tentando contrabalancear os nossos erros. Fazemos todo o possível por empatar o jogo. No entanto, para podermos nos desfazer do nosso passado, temos de deixar de dar desculpas pelos nossos pecados e confessar a verdade.
Todos nascemos com um sistema de alarme interno que nos alerta quando fazemos algo errado. Deus diz que todos somos responsáveis: “Eles[os não judeus] são a sua própria lei, embora não tenham a lei. Eles mostram, pela sua maneira de agir, que têm a lei escrita no seu coração. A própria consciência deles mostra que isso é verdade, e os seus pensamentos, que às vezes os acusam e às vezes os defendem, também mostram isso”(Romanos 2.14-15)
No Passo Cinco, nós procuramos deter essa luta interior e admitir que o erro é errado. É tempo de sermos sinceros com Deus e conosco mesmos a respeito das nossas desculpas e da natureza exata dos nossos erros. Precisamos confessar os pecados que cometemos e o sofrimento que causamos a outros. Talvez tenhamos passado anos elaborando álibis, inventando desculpas e tentando fazer barganhas. É tempo de dizer a verdade. É tempo de admitir o que sabemos muito bem que é certo: “Sim, sou culpado da acusação”.
Não há liberdade, tiramos dos nossos ombros o peso das nossas mentiras e desculpas. Quando confessarmos os nossos pecados, encontraremos a paz interna que tínhamos perdido havia tanto tempo. Também estaremos um passo mais próximo da recuperação.
7ª Meditação do 5º. Passo
Escapando do Auto-Engano - Gálatas 6.7-10
Podemos nos enganar ao pensar que podemos simplesmente enterrar os nossos erros e seguir adiante sem ter de admiti-los, Com o tempo, todos descobrimos que aqueles atos que pensávamos que estavam enterrados para sempre eram realmente sementes. Crescem e dão frutos. Com isso, teremos de enfrentar um a colheita de conseqüências e o fato de que o auto-engano não nos feneficia em nada.
“Não se enganem: ninguém zomba de Deus. O que uma pessoa plantar, é isso esmo que colherá. Se plantar no terreno da sua natureza humana, desse terreno colherá a morte. Podem, se plantar no terreno do Espírito de Deus, desse terreno colherá a vida eterna.” (Gálatas 6.7-8) “Se dizemos que não temos pecados, estamos nos enganando, e não há verdade em nós. Mas, se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é correto: ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade.” (1 João 1.8-9)
O Passo Cinco diz adeus ao auto-engano e dá boas-vindas ao perdão e à purificação. Devemos notar que há purificação de cada maldade, não do “fazer o mal” em sentido geral. Reconhecer a natureza exata dos nossos erros inclui prestar contas de maneira exata e específica. Quando confessarmos especificamente os nossos pecados, deixaremos de nos enganar em relação à natureza de nossos erros. Como, de todas as formas, não podemos deixar Deus de lado e fugir com nossos erros, o melhor que podemos fazer é ser sinceros e receber o perdão.
Idéias Fundamentais
Sombra: No Quinto Passo, lutamos com nossa sombra. No Quarto Passo, notamos a presença dela, mas não confrontamos realmente seu impacto em nossa vida. É como vir a acreditar que um ratinho está em atividade na cozinha durante a noite. De manhã, encontramos excrementos e marcas de dentes, mas não o vemos. No Quarto Passo, vimos às evidências e identificamos os problemas, mas no Quinto Passo pegamos o ratinho. Admitimos francamente nossas falhas
Confissão: No Quinto Passo, a confissão é o ato de admitir nossas falhas. Confessar é reconhecer abertamente o que descobrimos sobre nós mesmos em nosso inventário do Quarto Passo. Na confissão, falamos a verdade sobre nós mesmos; contamos nossa história. Acabamos com o silêncio, o isolamento e o ato de nos escondemos.
Questões para revisão do 5º Passo.
Quinto Passo
O Quinto Passo requer que tenhamos sinceras confrontações com nós mesmos e com os outros, admitindo nossas falhas perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano. Fazendo isso, começamos abandonar nosso orgulho e a nos ver na perspectiva verdadeira. Também percebemos como nosso crescente relacionamento com Deus nos dá a coragem de examinar a nós mesmos, aceitar quem somos e revelar nosso verdadeiro eu. O Quinto Passo ajuda-nos a reconhecer e abandonar nossas antigas habilidades de sobrevivência e a caminhar em direção a uma vida nova e mais saudável.
O que você pode ganhar admitindo suas falhas perante outrem?
Qual é sua resistência a partilhar sua história com outrem?
Qual de suas falhas é mais difícil de reconhecer? Por quê?
De que maneira admitir suas falhas perante Deus, você mesmo e outra pessoa o faz parar de enganar a si mesmo?